segunda-feira, 19 de abril de 2010

MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Um “meio” é um agente de transmissão em sentido escrito, meio é um agente neutro. Entretanto, pode-se observar facilmente que, apesar de seu estado aparentemente objetivo, a natureza de um meio determina o tipo e a qualidade da informação que pode passar por ele.
A telegrafia foi o primeiro meio de comunicação verdadeiramente moderno, depois rapidamente vieram a telefonia, o rádio, a televisão, a transmissão por cabo e satélite e, obviamente, a internet. Todo este desenvolvimento aconteceu nos últimos 150 anos; a maior parte durante o ultimo século e a internet na década passada.
Historicamente, as lutas pela liberdade da imprensa, e a liberdade de expressão que estimularam e participaram das grandes batalhas democráticas contra a censura, os direitos humanos, a escravidão, etc. estas lutas contribuíram em grande medida à elaboração e à fundação de nossas democracias e dos princípios e legislações que prevalecem atualmente em termos de direitos à informação e à comunicação.
Consideramos os meios de comunicação como instâncias da comunicação em massa, ou seja, a imprensa, a radio e a televisão em suas acepções públicas, privadas ou comunitárias. Trata-se de mecanismos que permitem a disseminação em massa de informação facilitando a construção de consensos sociais, a construção e a reprodução do discurso público e certos níveis de interação, principalmente dos novos meios independentes, alternativos e comunitários.

O PAPEL E O LUGAR DOS MEIOS DE COMUNICACÃO NA SOCIEDADE

Os debates sobre as diferentes formas de censura e a propriedade dos meios de comunicação sempre formam parte das agentes de trabalho. O sentido das perguntas propostos pela lógica do mercado assim como do Estado é mais de como constituir uma via para a publicidade, gerar benefícios financeiros para os acionistas e servir de instrumentos de propaganda e controle social e político.
Em quase todos os contextos nacionais, considera-se necessária certa forma de intervenção ou regulamentação governamental que permita aos meios de comunicação desempenhar um ou outro dos papéis antes mencionados. Tão logo a produção e a distribuição dos meios requeiram um grau maior de organização e de recursos do que os fornecidos por artistas ou criadores individuais de grupos relativamente pequenos isto é tão logo os meios de comunicação se industrializem normalmente, o Estado assume certa forma de organização estrutural, seja diretamente ou por meio de uma autoridade à distância.
No modelo de mercado livre, o Estado cria ambiente em que as empresas dos meios de comunicação gozam de plena liberdade para operar comercialmente; no modelo autoritário, os meios de comunicação são considerados uma extensão da autoridade estatal. Em muitas sociedades, se não na maioria, os meios de comunicação funcionam segundo um modelo misto baseado numa combinação de dois ou mais dos mencionados. Na maioria dos casos, existe uma instância que dita e controla as regras de funcionamento nacional.
A recente revolução digital vem questionar os meios de comunicação com relação a sua própria definição e redefine seu papel em termos completamente inéditos colocando-os em uma “sociedade de informação” que se esforça para delimitar.
A relação entre os meios de comunicação e a sociedade da informação propõe efetivamente um desafio aparentemente paradoxo. Por um lado, os meios de comunicação de massa (imprensa, radio, televisão) vivem um processo de concentração da propriedade e integração horizontal e vertical de som, áudio e imagem, graças ao advento do suporte numérico. Por outro lado, a Internet e o suporte digital em geral individualizam e democratizam o acesso à interação, permitindo o desenvolvimento inédito de novos meios alternativos ou cooperativos que, ao mesmo tempo, afetam os meios de comunicação em massa tradicionais.
A relação entre os meios de “comunicação” e a sociedade da “informação” surge assim sob a forma de uma dissociação contraditória de difícil explicação sem considerar a definição do projeto da sociedade da informação, o contexto no qual se envolvem os que constroem a sociedade da informação e os desafios propostos pelos avanços tecnológicos.

SITUACÃO ATUAL: MEIOS DE COMUNICACÃO GLOBALIZADOS.

No contexto da globalização neoliberal, a informação “digital” transformou-se em uma mercadoria a mais circulando conforme as leis do mercado de oferta e procura.
Os meios não estão vendendo informação aos cidadãos, estão vendendo os cidadãos aos publicitários. Os conteúdos causam distorção da realidade, fortalecendo os estereótipos e reduzindo claramente a diversidade dos conteúdos distribuídos. Para exemplo bastante utilizado deste processo de desregulamentação nos últimos 30 anos podem ser citadas as declarações do chefe da Instancia reguladora dos Estados Unidos, sob Ronald Reagan, em 1980, que em plena febre desregulamentadora declarou que a televisão era como qualquer aparelho domestica uma “torradeira com imagens”.
A invasão da revolução da Internet e da era digital atraiu o setor da informação com a perspectiva de lucro fácil. Edificaram gigantescos impérios monopolizando os meios de comunicação em poucas mãos e integraram de maneira vertical e horizontal os setores da informação, a cultura e o entretenimento, anteriormente separados, com o desenvolvimento de conglomerados onde o conhecimento e os conteúdos se transformam em uma nova mercadoria.
O processo de concentração dos meios traduz-se como controle de uma grande variedade de meios em diferentes paises e continentes. Por isso, não atuam como contra poder no interior dos paises.
Estes principais grupos são: Vivendi Universal, AOL Time Warner, Disney: News Corporation, Viacom e Bertelsmann, General Electric, Microsoft, Telefônica, France Telecom. O poder real encontra-se agora nas mãos destes conglomerados com mais poder econômico que a maioria dos governos.
O importante não é o numero de canais de televisão, mas a diversidade de fontes e proprietários. Do primeiro caso, nasce uma mensagem simplificada para o consumo em massa. Com isso, é o direito à informação que surge limitado e em duvida. Estes conglomerados não diferenciam as três formas tradicionais de comunicação (escrita, verbal ou com imagem), fomentando tanto a Internet quanto as telecomunicações em geral como um novo e poderoso meio, abrangendo atividades de cultura, entretenimento e esporte, comunicação e informação é cada vez mais difícil distinguir os diferentes setores industriais da informação dos setores da cultura de massa e de entretenimento. Os grandes conglomerados mundiais adquirem dimensões de multimídia e vendem seus produtos, outros suportes alem do radio, da televisão e dos jornais tradicionais, com filmes, vídeos, discos compactos, dvds, parques de diversões, cinemas, teatros, esportes.
E, ao mesmo tempo, revelam a capacidade de adaptação dos meios tradicionais às novas tecnologias e sua persistência como veículos de produção de consensos sociais e políticos em massa.
O impacto dos novos meios de comunicação da sociedade dos saberes e do conhecimento esta ligado à possibilidade de uma maior apropriação de quem os usa, seja como individuo, como comunidade ou grupo ativo. No inicio dos anos 70, os meios de comunicação em massa tradicionais já haviam entrado em crise à medida que o radio, a imprensa e a televisão deixaram de lado as minorias e os assuntos locais.
As mudanças tecnológicas favoreceram no desenvolvimento de projeto coletivos de comunicação. Nos anos 60 e 70, em todas as regiões do mundo, começaram a ser desenvolvidos projetos de vídeos e de emissoras de radio locai se comunitárias contra a hegemonia e as limitações dos meios tradicionais. Estas ações foram beneficiadas com a revolução provocada pelo surgimento dos transistores, dos transmissores FM, do vídeo. Nesta etapa encontramos rádios piratas no Reino Unido, rádios livres na Franca, televisões comunitárias, rádios e clubes de vídeos envolvidos na comunicação para o desenvolvimento, movimentos sociais usando tecnologias apropriadas para executar projetos contra a crise de representatividade dos sistemas políticos existentes e que constituem uma resistência contra os grandes meios de comunicação.

A chegada do Internet não só teve impacto importante nos meios tradicionais como já mencionado, mas também no fortalecimento dos meios alternativos e comunitários como a radio, a televisão e a imprensa comunitárias favorecendo processos sociais de comunicação interativa e intercâmbios em multimídia, produto da digitalização das mensagens e da integração dos “telecentros”. A Internet abriu a possibilidade de espaço inédito de intercambio da informação, fora dos circuitos dos conglomerados mediaticos, contribuindo para uma dimensão real ao movimento social mundial da sociedade civil em temas globais.
O desenvolvimento dos Ipod e blogs, entre outros avanços tecnológicos, somados ao uso de Internet, favoreceu a criação de novos meios de comunicação e novas experiências de jornalismo-cidadão com grandes sucessos não só nos Estados Unidos e em paises desenvolvidos, mas também na luta pela liberdade de expressão nos paises do Sul.
Entre os novos meios de comunicação alternativos, destaca-se o desenvolvimento inédito de comunidades virtuais, em uma perspectiva de maior apropriação individual, ao mesmo tempo local e internacional. Este desenvolvimento dos meios alternativos na rede com as novas tecnologias não deixa de estar enfrentando enormes desafios, entre eles, destaca-se a problemática da excessiva circulação na Internet.
NOMES: Jéssica Arnt e Sônia Jahn

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